domingo, 15 de março de 2009

Poema: Transfiguração



Das manhãs de solidão profunda
Às noites de desespero desconsolado
As aflições que vêm a tona
Para, de mim, se acabarem
As interrogações surgem sem respostas

As trevas consomem depressa
A cada estrela que surge a brilhar
É cada minuto que se esvaia
Por que a morte não dá um fim a isso?

A dor é cada vez mais profunda
O corpo se retorce com muita relutância
O organismo tenta lutar contra o outro
Mas as trevas consomem depressa
A cada estrela que surge a brilhar
É cada minuto que se esvaia

A minha batalha contra isso é em vão
A minha tormenta exclusão
Só alimenta ainda mais a fome
Eu já não tenho mais forças para lutar

O meu sentido aguçado me arrasta
Arrasta-me para onde eu mais temo
Para onde eu menos desejo
Quando o fim da linha chegar
A surpresa será enorme
Mas é muito difícil controlar-se

Ela me olha
Eu a reconheço
Ela me repugna
Mas eu a desejo

O grito quebra agudo na escuridão
Os meus olhos a admiram perplexos
Os meus dentes a devoram com vontade
O remorso vem aos prantos
Ou seria aos uivos?

Mas já não dá mais para lamentar
A escuridão se dissipa
A lua se esconde
Mas eu nunca irei animar

Por que a morte não dá um fim a isso?
Porque é sempre assim:
Das manhãs de solidão profunda
Às noites de desespero desconsolado

(Lord Klavier)

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